9 de mar. de 2011

Michael no Espelho (USA Today, 2001)

Por Edna Gundersen, USA Today

BEVERLY HILLS — As primeiras palavras de Michael Jackson parecem anunciar um diálogo justo. "Perdoe minha pele," ele diz. "Acabei de vir do dermatologista. Então finja que não a vê." Aquela instrução é difícil de ser obedecida quando se está com a figura mais observada do entretenimento, especialmente aquele que o disfarce em público e a maquiagem pesada para a câmera estão entre suas muitas excentricidades. Enquanto Jackson está usando uma maquiagem leve hoje, simbolicamente a máscara nunca cai completamente.

Foi combinado uma entrevista sem perguntas desagradáveis. Todos os tópicos foram declarados "jogo limpo", menos o "caso da pedofilia." O ajuste de um processo de 1993 contra Jackson, alegando abuso sexual de um garoto de 13 anos, é proibido na discussão. Jackson veementemente negou as alegações naquele tempo e não foi mais importunado.

O assunto nunca foi tocado nesta entrevista de mais de uma hora. Outros menos importantes — sua ex-esposas, as cirurgias plásticas, as quais foram discutidas por ele no passado — estão fora dos limites.

Jackson se lembra de grandes amigos. "Frank Sinatra viveu bem acima de nós. Ele nos veria jogando basquete todos os dias. E Fred Astaire viveu por aí. Eu teria uma chance de conversar com eles, aprender e ouvir. Aqueles momentos foram dourados. Quando eu tinha 16 anos, íamos a Las Vegas toda noite, e Elvis (Presley) e Sammy Davis Jr. sentariam e nos ensinariam. 'Nunca usem drogas,' nos contavam. Nunca me esqueci daquilo."

Lembrado de seu próprio hábito de usar remédios para eliminar dores, Jackson ficou quieto. A adminstradora Trudy Green, monitorando a entrevista com o executivo da Epic, Steve Einczig, o proíbe de responder, embora ele ter confessado na TV o vício e o subseqüente tratamento há quase uma década.

Ela interrompe novamente quando tentamos falar de Debbie Rowe, que deu à luz os dois filhos de Jackson durante o casamento de 1996 a 1999. Parece que ele tem a custódia sólida de Prince, 4, e Paris, 3, sua companias constantes.

"Não, não, não!" Green protesta. "Não estamos aqui para isso."

Uma segunda facada: As crianças passam tempo com sua mãe?

"Ele não quer falar sobre isso," Green interjeita. "Isto é sobre Michael, como um artista."

Limpo o bastante. As realizações profissionais de Jackson durante seus 38 anos no show business merecem notícia, para dizer o mínimo. Ele vendeu 65 milhões de álbuns nos Estados Unidos, levantou 44 singles solo de sucesso e ainda tem o álbum mais vendido da história, Thriller, de 1982 com 26 milhões de cópias vendidas na América.

Invincible, lançado no dia 30 de outubro, entrou para a Billboard em Nº 1 com vendas de 366.000 cópias, cerca de 25.000 atrás de HIStory (1995). O álbum trouxe os sucessos You Rock My World e Butterflies mas caiu do top 10 depois de quatro semanas apesar da exibição do especial Michael Jackson: 30th Anniversary. As duas horas do especial, escolhidas de concertos em Nova Iorque que comemoraram as três décadas como um artista solo, alcançaram 25,6 milhões de espectadores, grande prova de que Jackson ainda é um objeto de fascinação.

Hoje não foi diferente. Observadores no Hotel Beverly Hills tentam dar uma olhada em Jackson conforme o caminho está livre e ele está sendo rapidamente conduzido ao bangalô, seu rosto escondido sob o chapéu, óculos de sol e a máscara cirúrgica preta. Ele fica 40 minutos "se arrumando," enquanto Green o traz.

Finalmente preparado para uma audiência, Jackson saúda seu visitante com um aperto de mão, um sorriso tímido e o comentário estranho sobre sua complexão. A maquiagem parece delimitada ao queixo e e à linha da mandíbula. Suas sombrancelhas estão escurecidas e feitas; os cílios marrons podem ser vestígios do tom original de sua pele. O Vitiligo (ou vitiligem), uma desordem caracterizada pela perda da pigmentação da pele, deixou seu rosto e mãos mais pálidos. Seu nariz tem curativos. Ele não explica, e perguntas mais tarde sobre sua condição da pele são proibidas por Green.

Alto e magro, Jackson usa uma jaqueta de couro marrom, camisa vermelha, calças listradas e suas famosas meias brancas com sapatos pretos. Prince, com seu cabelo escuro tingido de loiro, está coberto por um calçado parecido e um uniforme policial para crianças, com algemas de plástico amarradas à sua cintura.

"Estas chaves funcionam!" ele anuncia antes de voltar aos seus desenhos perto da mesa.

Sentado numa cadeira acolchoada de uma suíte, Jackson aparece relaxado e equilibrado, mas um pouco preocupado. Ele é generoso em elogiar os colegas. Ele é elogiado por imitadores e ama a versão cover de Smooth Criminal executada por Alien Ant Farm, incluindo o vídeo enviado das idéias dele. Seus olhos brilham sobre os novos projetos para o cinema, especialmente os planos de co-dirigir um filme com o diretor/ator Bryan Michael Stoller em maio. Ele ri sobre seu medo de terremotos, fica triste quando pensa sobre um pai dominador e dá importância à teorias de sua eterna infância numa conversa sobre brinquedos e parques-temáticos.

Jackson confidencia sobre suas habilidades musicais e se irrita com a imprensa. Num assunto raro de entrevista, ele concorda com este encontro e espera enfatizar uma mensagem que é freqüentemente distorcida pelas fofocas.

"Tudo o que estou dizendo é cure o mundo, salve nossas crianças," ele diz.

Jackson agressivamente convida a atenção da mídia, ainda frustrado pelo nível de desdém e especulação dirigida a ele. É um animal aborrecido que surge do astro geralmente calmo.

"O melhor é sempre o alvo," se queixa. "É a natureza humana."

Conforme ele fez em Leave Me Alone e Tabloid Junkie, Jackson condena a imprensa curiosa em Privacy: "Você continua a me seguir, invandido minha privacidade. ... Pare de atacar minha integridade."

Protegido por capuz, Jackson cobre interrogação com uma despedida genial e nenhuma pista de Butterflies.

USAToday: Como você responde artigos mal-intencionados sobre você?
MICHAEL JACKSON: Não presto atenção alguma. Os fãs sabem que é lixo. Eles sempre dizem a mim, "Vamos queimar os tablóides." É terrível tentar assassinar uma personagem de alguém. Algumas pessoas vieram me conhecer, e depois começaram a chorar. Eu pergunto, "Por que está chorando?" Elas dizem, "Porque pensei que você seria diferente, mas você é a pessoa mais legal." Eu digo, "Quem deu a você este julgamento?" Elas me contam que leram isso. Eu digo a elas, "Não acredite em tudo o que lê."

USAToday: Estes rumores persistem porque você não faz nada?
MICHAEL JACKSON: Não. Fiz muito no passado. Fiz a entrevista com maior audiência na história com Oprah Winfrey (em 1993). Mas (a mídia) distorce o que você diz e te julga. Quero continuar na música e na arte. Eu penso nas pessoas que mais gosto. Se eu pudesse ficar face-a-face com Walt Disney ou Michelangelo, me importaria com o que eles fazem em suas vidas particulares? Quero saber sobre sua arte. Sou um fã.

USAToday: Como você se protege da crítica?
MICHAEL JACKSON: Esperando, sabendo o que vai acontecer e sendo invencível, sendo o que eu fui sempre ensinado a ser. Você permanece forte com um punho de aço, não importa o que aconteça."

USAToday: Críticos referem a você como o auto-proclamado Rei do Pop. Você escolheu aquele título?
MICHAEL JACKSON: Nunca disse nada. Se eu chamar a Elizabeth Taylor agora, ela diria a você que ela criou a frase. Ela estava me apresentando, acho que no American Music Awards, e disse em suas próprias palavras - não estava no script - "Sou uma fã pessoal, e em minha opinião ele é o rei do pop, rock e soul" Então a imprensa começou dizendo "Rei do Pop" e os fãs começaram. Não sei quem disse que fui eu.

USAToday: Os concertos de Nova Iorque marcaram seus primeiros shows nos Estados Unidos em 12 anos. Você ficou nervoso?
MICHAEL JACKSON: Não. Foi uma honra estar de volta com meus irmãos novamente. O produtor quis uma cavalgada de luzes de diferentes campos. Foi uma grande honra tê-los me saudando. Foi emocionante, uma feliz, divertida ocasião.

USAToday: Existe a possibilidade de outra turnê com seus irmãos?
MICHAEL JACKSON: Acho que não. Gravarei um álbum com eles, mas não uma turnê. Eles amariam viajar. Mas quero fazer outras coisas. Fisicamente, as viagens tiram muito de você. Quando estou no palco, é como se fosse uma maratona de duas horas. Peso-me antes e depois de cada show, e perco cerca de 4 quilos e meio. Tudo isso no palco. Depois você vai para seu hotel e sua adrenalina está em seu máximo e você nem consegue dormir. E ainda tem outro show no dia seguinte. É difícil.

USAToday: Se você não viajar, como você cuidará da demanda do público bem como a sua necessidade de se apresentar?
MICHAEL JACKSON: Quero dirigir um especial sobre mim mesmo e fazer canções que me toquem. Quero algo mais profundo, da alma e coração, com apenas um refletor.

USAToday: Como você reagiu quando Invincible ficou em primeiro nos charts daqui e de uma dúzia de países?
MICHAEL JACKSON: Foi um sentimento adorável. Chorei lágrimas de felicidade ao ver todo o amor.

USAToday: Invincible esteve sendo feito por anos. Seu perfeccionismo atrapalhou o processo?
MICHAEL JACKSON: Isso aconteceu porque eu nunca estou feliz com as canções. Escreverei muitas canções, as jogarei fora, escrevo um pouco mais. As pessoas dizem, "Tá maluco? Daria para pôr no álbum." Mas eu digo, "Era melhor que esta?" Você só tem 75 minutos num CD, e tem que ir ao limite.

USAToday: Você associa Invincible com algum tema?
MICHAEL JACKSON: Nunca penso em temas. Deixo a música se criar. Gosto de ser um potpourri de todos os tipos de sons, cores, algo para todos, do fazendeiro na Irlanda à dama no Harlem.

USAToday: Se tornou mais fácil escrever canções para você?
MICHAEL JACKSON: É a coisa mais fácil do mundo porque você não faz nada. Odeio falar assim, mas é a verdade. Os céus as deixam cair bem em cima de você, em sua totalidade. As verdadeiras gemas vêm desse jeito. Você pode sentar ao piano e falar, "OK, Vou escrever a maior canção que já foi escrita," e nada. Mas você pode estar andando pela rua ou tomando banho ou bricando e bum!, ela bate na sua cabeça. Escrevi muitas canções desse jeito. Estou jogando numa máquina de fliperama, e tenho que subir as escadas correndo para ditar no gravador. Ouço tudo na sua totalidade, o que as seqüências vão fazer, o que o baixo vai fazer, a espineta, tudo.

USAToday: É difícil traduzir esta canção para a fita?
MICHAEL JACKSON: É o que é frustrante. Em minha cabeça, está completa, mas tenho que transplantar para a fita. É como (Alfred) Hitchcock disse, "O filme está acabado." Mas ele ainda tem que começar a dirigir. Com a canção é a mesma coisa. Você a vê em sua totalidade e depois a executa.

USAToday: Você tem dúvidas sobre sua atual relevância?
MICHAEL JACKSON: Nunca. Confio em minhas abilidades. Tenho uma perseverância real. Nada pode me parar quando coloco algo na cabeça.

USAToday: Depois do dia 11 de setembro, você escreveu a canção beneficente, What More Can I Give? Qual é o status?
MICHAEL JACKSON: Não está terminada. Estamos adicionando artistas, e estou ficando satisfeito com a instrumentação.

USAToday: Você acredita que a música é uma ferramenta para a cura?
MICHAEL JACKSON: É um mantra que acalma o coração. É terapêutico. É algo que nosso corpo tem que ter, como comida. É muito importante entender o poder da música. Se você está num elevador ou numa loja de departamento, a música afeta a maneira como você compra, o jeito que você trata seu vizinho. (Prince dá um desenho para Jackson. "Eu gostei," Jackson diz. "Quer ir ao banheiro?" Prince: "Não.")

USAToday: Invincible não quebrou recordes de vendas. Thriller ainda é uma sombra grande demais?
MICHAEL JACKSON: Absolutamente. É difícil porque você está competindo contra si próprio. Invincible é tão bom ou melhor que Thriller, em minha verdadeira e humilde opinião. Tem mais a oferecer. A música é o que vive e permanece. Invincible tem sido um grande sucesso. Quando The Nutcracker Suite foi apresentado pela primeira vez ao mundo, bombardeou totalmente. O que é importante é como a história acaba. (Prince chega de surpresa novamente com outro desenho. "O que você me prometeu?" Jackson pergunta. "Para ficar quieto?" Prince responde, depois sai.)

USAToday: Como a paternidade mudou você?
MICHAEL JACKSON: De uma maneira enorme. Você valoriza seu tempo diferentemente, não há dúvida sobre isso. É sua responsabilidade ter certeza que eles estão seguros e ensinar boas maneiras. Mas eu me recuso a deixá-los entrar no caminho da música, dança ou apresentações. Tenho que interpretar dois papéis diferentes. Sempre quis ter uma família grande, até quando estava na escola. Sempre falava pro meu pai que eu o passaria. Ele teve 10 filhos. Eu amaria ter 11 ou 12.

USAToday: O que você tem ensinado a seus filhos?
MICHAEL JACKSON: Tento deixar claro que eles são respeitosos e honrados e serem bons para todos. Digo a eles, não importam o que façam, trabalhem duro. O que você quiser fazer para a vida toda, seja o melhor naquilo. (Prince está chamando a atenção. "Pare de olhar para mim," Jackson diz, sorrindo.)

USAToday: E o que eles ensinaram a você?
MICHAEL JACKSON: Muito. (A paternidade) relembra o que a Bíblia sempre nos contou. Quando os apóstolos estavam debatendo entre eles sobre quem era o maior aos olhos de Jesus, ele disse, "nenhum de vocês," e chamou um garotinho e disse, "até que vocês sejam humildes como esta criança." Lembra que você tem que ser bom e humilde e ver coisas através dos olhos das crianças com maravilha. Ainda tenho isso. Ainda fico fascinado com as nuvens e com o por-do-sol. Estava fazendo pedidos no arco-íris ontem. Vi uma estrela cadente. Faço um pedido a cada vez que vejo uma.

USAToday: Quais são seus pedidos?
MICHAEL JACKSON: Paz e amor para as crianças. (Prince volta, encarando seriamente. "Pare com isso," diz Jackson, gentilmente virando a cabeça do garoto. "Pode ficar quieto?")

USAToday: Você disse que planeja uma escola em casa para seus filhos. Por causa de sua fama, como você pode oferecer uma vida normal para eles?
MICHAEL JACKSON: Você faz o melhor que pode. Você não deve isolá-los das outras crianças. Haverá outras crianças na escola (em sua propriedade). Eu as deixarei sair no mundo. Mas eles não poderão ir sempre comigo. Podemos ser atacados. Quando estivemos na África, Prince viu um ataque de assédio numa grande loja. As pessoas quebraram muita coisa, correndo e gritando. Meu maior medo é que fãs se machuquem, eles se machucam. Vi vidros quebrados, sangue, ambulâncias.

USAToday: Você está magoado pelo fato de a fama ter roubado sua infância?
MICHAEL JACKSON: Sim. Não é raiva, é dor. As pessoas me vêem no parque de diversões ou com outras crianças se divertindo, e eles não param e pensam "Ele nunca teve essa chance quando pequeno." Nunca tive a chance de fazer coisas divertidas que as crianças fazem. Não havia Natal, nem festas. Então agora você tem que compensar para recuperar alguma coisa.

USAToday: Você se dá bem com seu pai?
MICHAEL JACKSON: Está muito melhor. Meu pai é uma pessoa mais legal agora. Acho que realizar seus filhos é tudo para ele. Sem sua família, você não tem nada. Ele está sendo um humano bom. Em um tempo, tínhamos medo dele. Ele se transformou. Tomara que não tenha sido tarde.

USAToday: A música ofereceu uma escapada das preocupações da infância?
MICHAEL JACKSON: Claro. Cantamos constantemente em casa. Cantávamos enquando lavávamos os pratos. Fazíamos canções enquanto trabalhávamos. Isto é o que faz a magnitude. Você tem que ter aquela tragédia, aquela dor de onde puxar. Isto é que faz um palhaço ser grande. Você pode ver se ele está magoado atrás da máscara. Ele é algo mais externamente. Chaplin fez isso lindamente, melhor que qualquer um. Posso representar esses momentos também. Atravessei o fogo muitas vezes. (Prince está de volta. Ele se aproxima da cadeira para observar o rei do pop. "Pare de olhar para mim," Jackson implora, claramente enervado pelo olhar observador do garoto. "Você não está tornando as coisas fáceis." Ambos se abraçam, e Jackson avisa de forma intrigante, "Você pode não ganhar esse pedaço de doce.")

USAToday: Sua crença religiosa entre em conflito com a natureza sensual de sua música e dança?
MICHAEL JACKSON: Não. Canto sobre coisas amáveis, e se as pessoas as interpreta como sendo sexy, bom para elas. Nunca uso palavrões como os rappers. Amo e respeito o trabalho deles, mas acho que tenho que respeitar muito mais os pais e mães e os idosos. Se eu fizer uma canção com palavrões e ver uma senhora na audiência iria morrer de vergonha.

USAToday: Mas e sobre a sua marca registrada, aquelo movimento onde você pega "lá"?
MICHAEL JACKSON: Comecei a fazer aquilo com Bad. Martin Scorsese dirigiu aquele vídeo nos metrôs de Nova Iorque. Deixo a música me dizer o que fazer. Me lembro ele dizendo, "Aquilo foi ótimo! Quero que você veja." Então colocamos o playbay, e eu fui e, aaaah! Não acreditei no que estava fazendo. Mas depois todo mundo começou a fazer aquilo, e Madonna, também. Mas, no geral, não é sexual.

USAToday: Como você está passando estes dias livres?
MICHAEL JACKSON: Gosto de fazer coisas bobas - lutas no balão d'água, lutas com tortas, com ovos. (Virando para Prince) Você conseguiu um ótimo! Não acho que passarei daquilo. Em minha casa, construí um forte de balão d'água com dois lados, um time vermelho e outro azul. Temos canhões que atiram água a 18 metros e munições que atiram os balões. Temos pontes e lugares para nos escondermos. Eu simplesmente amo.

USAToday: Após 38 anos no show business, as fãs ainda te assediam. Você é imune à adulação?
MICHAEL JACKSON: Sempre é um bom sentimento. Nunca estou cheio de orgulho ou pensando que sou melhor que o vizinho da porta ao lado. Ser amado é uma coisa maravilhosa. Esta é principal razáo pela qual eu faço isto. Sinto-me forçado em fazê-lo, dar às pessoas algum senso de escapismo, um prazer para o olho e para o ouvido. Acho que é por isso que estou aqui.
USAToday: Por quê você acha que as pessoas são ciumentas?
MICHAEL JACKSON: Se você olhar para trás na história, é o mesmo com qualquer um que conseguiu coisas maravilhosas. Conheço a família Disney bem, e as filhas de Walt sempre me contam como foi difícil quando elas estavam na escola. Os garotos diziam, "Odeio Walt Disney. Ele não é divertido mesmo. Não assistimos a ele." Os filhos de Charlie Chaplin, tiveram que tirar seus filhos da escola. Eles estiveram sendo importunados: "Seu avô é estúpido. Ele não tem graça. Não gostamos dele." Ele foi um gênio! Então você tem que lidar com esse ciúme. Eles acham que estão te machucando. Nada me machucaria. O maior, a estrela, o mais largo, o alvo. Ao menos estão falando. Quando eles pararem de falar, você deve se preocupar.

USAToday: Você faz exercícios físicos para suas apresentações?
MICHAEL JACKSON: Odeio exercícios. Odeio demais. Só faço dançar. É um exercício. Por isso que eu gosto de coisas de karatê ou kung fu. É tudo uma dança. Mas os sentas e levantas? Odeio.

USAToday: Você esteve ameaçado por algum dos outros superastros no show?
MICHAEL JACKSON: Não. Gosto de assistí-los. É uma escola para mim. Nunca paro de aprender. Foi realmente inspirador.

USAToday: Você está apaixonado pela música moderna ou antiga?
MICHAEL JACKSON: Gosto do material do início. É mais consciente melodicamente. Hoje as pessoas contam com uma batida ou um ritmo, o que é legal, mas eu disse desta vez e novamente, melodia sempre será rei. Você tem que cantá-la.

USAToday: Você juntou-se a uma grande variedade de músicos. O que te atrai para um colaborador em especial?
MICHAEL JACKSON: Se eu vejo algum potencial como artista ou músico, darei a ele uma linha ou uma frase e vejo como ele a toca ou a executa. Às vezes levamos o dia inteiro e ainda assim não fica certo.

USAToday: Você aprendeu aquela lição de seus pais?
MICHAEL JACKSON: Nossos pais nos ensinaram a sempre sermos respeitosos e, não importa o que você faça, dar tudo de si. Ser o melhor, não o segundo melhor.

USAToday: Você está muitas vezes sendo assediado por fãs. Você teme pela sua segurança?
MICHAEL JACKSON: Nunca. Sei exatamente o que fazer quando a situação fica difícil, como lidar com eles. Se eles te verem, ficam loucos, mas você pode colocar a si mesmo no olho do tornado. Se você se abaixa, e eles não podem te ver, eles se acalmam.

USAToday: Seu círculo mais íntimo parece consistir de amigos muito jovens ou muito velhos. O que te conecta às pessoas como Marlon Brando ou Elizabeth Taylor?
MICHAEL JACKSON: Temos as mesmas vidas. Eles cresceram no show business. Olhamos uns nos outros e é como se estivéssemos olhando num espelho. Elizabeth tem sua garotinha dentro dela que nunca teve uma infância. Ela estava no estúdio todos os dias. Ela ama brincar com um novo brinquedo e está totalmente inspirada por ele. Ela é um ser humano maravilhoso. Da mesma forma é Brando.

USAToday: O que aconteceu com seus planos de construir parques-temáticos na Europa e África?
MICHAEL JACKSON: Temos muitos projetos. Não posso dizer onde. Amo parques-temáticos. Amo ver as crianças chegando juntas, tendo um bom tempo com seus pais. Não é como antes, quando você coloca seus filhos num carrossel e senta no banco comendo amendoins. Agora você brinca com eles. Constrói uma unidade para a família.

Tradução: JimVerc

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