9 de mar. de 2011

O som de Darkchild: Desgastado?

Rodney Jerkins e seu impacto em "Invincible"
por Caroline McKinnon (repórter do MJEOL)



“É um som que você nunca ouviu na vida”, disse, de maneira entusiasmada, o produtor Rodney Jerkins, presidente da Darkchild Productions, a Diane D’Alo do fã-clube Angel em abril de 1999. “Definitivamente diferente de tudo mais…”, continuou. “... Definitivamente algo que ninguém ouviu antes.”

O som inovador a que ele se referiu era tema do último presente de Michael Jackson, “Invincible”. Mais tarde foi lançado em outubro de 2001, apesar do fato de que Jerkins afirmou que estava “quase [pronto], nalguns meses”. A demora infamante do lançamento que importunou “Invincible”, tornou-se uma lenda da indústria bem discutida. A linha de tempo não foi nem um pouco raro para Jackson, entretanto. Em verdadeiro estilo perfeccionista, o Rei do Pop é bem conhecido por grandes períodos de gravação: re-gravações, recortes de última hora entre lançamentos de álbuns e uma média aproximada de cinco a sete anos entre finalizações de projetos. Sem levar em consideração, parece que a Sony, selo de Jackson, desenvolveu uma amnésia seletiva neste caso. Eles não alertaram sobre o "sumiço" dos orçamentos do álbum de Jackson, supostamente acumulados em mais de US$ 30 milhões, e deram a ele o título de “álbum mais caro já produzido”.

Talvez Jerkins estivesse correto ao insistir na originalidade do som de "Invincible". Na época, o som foi certamente considerado original. Mas coloque na mente, três longos anos se passaram entre 1998, o ano em que Jackson o convidou para trabalhar no álbum e 2001, quando o material finalmente atingiu as lojas. Enquanto isso, Jerkins teve muita oportunidade para espalhar seu “som fresquinho” entre sua clientela de artistas através dos charts. Sua lista de colaborações lê-se como um “quem é quem” do mundo da música – Vanessa Williams, Mary J Blige, Brandy, Whitney Houston, Shaquille O’Neal, as Spice Girls, Jennifer Lopez, Monica, Will Smith, Leanne Rimes, Puff Daddy, Destiny’s Child, Toni Braxton, Melanie B, Tatyana Ali, George Michael, Britney Spears, N’Sync, os Backstreet Boys, TLC, KC & JoJo, Marc Anthony, Luther Vandross, Deborah Cox, Patti LaBelle, Blackstreet, Kenneth “Babyface” Edmonds, Jessica Simpson, Tyrese, Lionel Richie e Keith Sweat, só para citar alguns.

Colocado entre os "40 melhores padrões" pelo NewYorkMetro.com, o som de Jerkins saturou o mercado, e conseqüentemente foi do fresco ao estragado em pouco tempo. É claro, o talento de 24 anos de idade é inegável, comprovado pelo fato de que antes dos 18 anos ele recebia somas com seis zeros pelo mentor Teddy Riley (que co-produziu o álbum "Dangerous", de Jackson em 1991) e Puff Daddy para trabalhar como produtor. As ofertas dos dois músicos foram recusadas elegantemente por Jerkins, empurrado por uma visão de "tornar-se seu próprio Teddy Riley”. E parece que ele conseguiu isso. Com uma "pequena" coleção de três Grammy Awards (“Say my Name” de Destiny’s Child, e “He Wasn’t Man Enough” de Toni Braxton em 2000 e “The Boy is Mine” de Brandy & Monica em 1998), um prêmio MOBO (Music of Black Origin) Award por “Melhor Produtor do Ano” e um Billboard Award (Canção do Ano, 1998, e Álbum do Ano por “The Boy is Mine”), não é surpresa que os artistas de hoje prestem atenção em tudo o que ele fala com um fervor quase religioso. Entretanto, no mundo disponível em que vivemos, a frase “todo cão tem seu dia” mostra-se mais verdadeira do que nunca. Até os caprichos musicais de um garoto genial como Jerkins não têm prazo de validade.

O hábito compulsivo de Jerkins em espalhar o amor deve ser culpado pelo "fracasso" de "Invincible" diante do público consumidor de discos? Ou foi culpa da obsessão de Jackson pela qualidade exata? Talvez foi uma combinação de ambas. Ainda que Jackson fosse roubado por seu plano original de revelar um som anteriormente inédito ao mundo, aqueles que ouviram "Invincible" concordam que não há testamento para sua logenvidade duradoura. A afirmação de Jackson da invencibilidade é comprovada mais uma vez. Novamente, ele permanece alto como uma rocha de todas as eras, superando ainda outro obstáculo em sua carreira, aparentemente, impossível de ser parada.

Nenhum comentário:

Postar um comentário